sábado, 7 de maio de 2011

Moonlight.

 Os passos firmes. Os olhos fechados. Caminhava tranqüilo sobre as calçadas, ao brilho das estrelas que guiavam aos poucos que permaneciam com os olhos abertos, com um destino previsível, com a tensão sob controle. O escuro era sinônimo de incerteza, incerteza por não haver como saber por onde andar, por não existir possibilidades de seguir passos já existentes, marcados na superfície daquela tão duvidosa calçada, de caminho imprevisível e obstáculos ocultos, à quem resistira a tentação de avistar uma saída à caminho do conveniente, o mais previsível que pudesse ser, por não resistir e apenas por usar os próprios olhos.
 Aos olhos estranhos, um lunático dificilmente sóbrio à passar no caminho do perigo, que para estes, o aguardava para o quanto breve possível. Apesar dos olhos ainda mantidos fechados, o que na verdade os fazia pensar desta maneira, era ao encontrar um sorriso descontraído em seu rosto, perceber também a facilidade que encontrava ao atravessar cada centímetro, à cada passo, sem temer tropeçar em um percurso desconhecido, um percurso de perigo. Facilidade que os intrigava, que os invejava.
 Podia sentir a luz do luar em sua pele, podia enxergá-la mentalmente. Assim pensava, assim enxergava. Nenhuma tentação o assombrava, era aquele mesmo escuro, aquela mesma incerteza que o fazia sentir-se bem, que o fazia continuar à andar, sem se preocupar com os obstáculos que o aguardavam por onde pudesse somar passos, em direção do imprevisível.

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