sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Estória

Idealizo-nos em universos tão pequenos, reservo espaços para falas e olhares ensaiados em meu consciente. Mas o destino consegue ainda nos manter em anonimato. Um para o outro, sempre sem saber o que exatamente deve-se pensar. Os olhares nem sempre dizem tudo, apesar de que um dia eu já houvera proferido o contrário. É como andar sobre o meio-fio de calçadas desconhecidas, como procurar uma resposta de algo que já houvera sido respondido por alguém, sem saber qual a resposta.
Sem cometer um passo já temo o pior, de abrir mão de tudo para alcançar um outro tudo, porém sem conseguir, sem alcançar este objetivo. De qualquer forma, não deixo de temer, não deixo de buscar desculpas pra evitar, pra desviar a minha própria vontade de mim mesmo.
Eu conheço estes olhos, só não sei o que eles me aguardam. Eu sei que algo há por trás, sinto que este escuro um dia já foi claro, sinto esta felicidade adormecida. Mas ela não precisa me dizer, eu quero descobrir sozinho. Farei-o quando puder, quando partir ao meio essa corrente em meus pulsos, que me impede de abraçar, de conhecer, de enfim ser livre.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Maybe you can help me

Parece tão difícil. Tão difícil dirigir essa simplicidade que aos poucos, sempre acaba nos causando a maior de todas as complicações. Nós somos assim, tão felizes e infelizes, sempre insatisfeitos com algo, simplório ou grandioso, é sempre tanto faz. Eu tento escrever, eu ensaio o que escrever, mas nunca sei como continuar; eu tento conversar, eu ensaio o que falar, mas também acabo sem saber como continuar, sem saídas.
Sei que não domino alguns sentidos em certas circunstâncias. Sei que por aquela pessoa, eu enxergaria o verde nos galhos das árvores vazias de outono; eu viveria do pior, se assim pudesse lhe despertar algum sorriso, um esboço de sorriso. Eu queria poder voltar, mas não moveria um objeto do lugar, não mudaria qualquer coisa, mesmo que o futuro que me aguardasse não fosse tão glorioso quanto havia pensado. Eu quero que seja assim, mas não vou mudar, você não vai mudar.
Eu tento escrever, mas as restantes linhas em branco acabam por me dominar; eu tento conversar, mas os seus olhos me carregam ao pranto, por não conseguir lhes abandonar.